domingo, 20 de dezembro de 2009

Hiragana


Numa alça de mira
Está a bolsa
Na qual carrego as minhas escolhas

Vejo por dentro de um buraco de agulha
Um circo em que homens são pulgas
Aperto o gatilho

E estilhaço orelhas com um grito que não tem som
O ar vibra entre consciências mudas
Do que achamos que somos

Brincando de ser num jogo de achar e perder
O silabário primordial
Esse verbo calado

Em torno do qual fingimos silêncio.

Marcela Anders Gorga.

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