
Numa alça de mira
Está a bolsa
Na qual carrego as minhas escolhas
Vejo por dentro de um buraco de agulha
Um circo em que homens são pulgas
Aperto o gatilho
E estilhaço orelhas com um grito que não tem som
O ar vibra entre consciências mudas
Do que achamos que somos
Brincando de ser num jogo de achar e perder
O silabário primordial
Esse verbo calado
Em torno do qual fingimos silêncio.
Marcela Anders Gorga.
Lindo, direto, virulento e sagaz. Amei!
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