domingo, 10 de janeiro de 2010

Tarde de Junho



Um sorriso. Um simplório mexer de lábios desmoronou meu mundo. À incerteza de mim mesma juntaram-se os escombros da minha razão. Resta apenas o verde-água, a me embalar junto a delírios juvenis em tardes de verão, vividas em pleno inverno chileno. Eu, que sempre achei que a cor do mar era azul, me deixo levar pelas vagas de esmeraldas ensolaradas, sonolenta, entorpecida. Apenas vou.
Agir. Reagir. Ir. Mas não vou. Velhas amarras são difíceis de cortar. Uma criança desacostumada com alegrias vespertinas não se socializa facilmente. “Pode ver, mas não pode mexer”.
Quero e não posso ter, sem ao menos saber das minhas possibilidades de poder. Estar me faria mais feliz. Todavia, antes de qualquer outro verbo a ser expresso nesses encontros pós-almoço, preciso ser. Com ou sem você, eu devo ser. Não sei o quê. Mas serei.

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