terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Graça não é mulher




Graça não é mulher
mas fala manso,
rouco, ronronado,
ao pé do ouvido
e com olhos de gato.

Graça desgraça
e faz sofrer,
esgarça o peito
até gemer mas
mesmo assim, Graça
não deixo de querer.

Graça é minha ressaca,
meu espumante de Ano Novo,
alegria dopante de um recomeço.
Meu recomeço.

E com Graça me engraço,
devassa, me deixo, me largo,
arranho e me amo,
porque nela, dela, com ela
me banho.
Encanto.
Graça é Oceano.

Graça não é mulher.
É bendito e maldito,
sublimação e instinto,
dialético menino,
preto e branco,
água e fogo,
circulares, infinitos.
Auto-explicativo.


Joane Ferreira

2 comentários:

  1. Arrasou amor!!! Lindo demais!! Amo muito esse poema!!!
    Ele é tão fluido!!! tem um ritmo forte de dança...

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  2. Gotei...
    Amei a foto!!!!!!!!!!!!!
    Quando vai surguir os anormais em????????????

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